Pinheiro Machado, é uma cidade localizada no extremo sul do Brasil, entre as Serras das Asperezas, Serra do Passarinho e Serra do Velleda.
A população total do município é de 12.780 de habitantes, dos quais 6.381 são homens e 6.399 são mulheres, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010).
Sua Área é de 2.249,55 km² representando 0.8286% do Estado, 0.3953% da Região Sul do País e 0.0262% de todo o território brasileiro.
Seu IDH é de 0.661, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2010).
População Estimada para o ano de 2013: 13.047 habitantes (IBGE)
Densidade demográfica (hab/km²): 5,68 hab/km² (IBGE)
PIB per capita a preços correntes: R$ 14.642,99 (IBGE)
Ano de Instalação: 1878
Microrregião: Serra do Sudeste
Mesorregião: Sudeste Rio-Grandense
Altitude da Sede: 439m
Distância à Capital: 267.6 Km
Gentílico: Pinheirense
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD
Hino e Símbolos Oficiais
Bandeira da cidade de Pinheiro Machado
Brasão da cidade de Pinheiro Machado
Através da Lei Municipal nº 1.687/94, instituiu-se a música Milonga pra Cacimbinhas como Hino Nativista do Município de Pinheiro Machado.
A composição foi escolhida a Música Mais Popular pelo público presente na Comparsa da Canção Nativa, em sua 7ª edição.
A letra baseia-se em pesquisa sobre assuntos relacionados a história do município, realizada pelo Major Sejanes Dornelles e acabou representando o município de Santa Vitória do Palmar durante o festival.
Autor da Música: Quininho Dornelles
Autor da Letra: Sejanes Dornelles
Ritmo: Milonga
Intérprete: Quininho Dornelles
Eu canto a velha querência
Da “Cacimbinha da Luz”
Onde por fé em Jesus
E na água da verdade
Um cego viu claridade
Na “Cacimba do Camacho”
Nasceu um povoado macho
Defensor da liverdade.
Entre a “Serra do Veleda”
E o “Topo das Asperezas”
Tua crioula beleza
Nesta guasca geografica
É suprema garantia
De progresso e de fartura
Deus que te dê a ventura
Que mereces tal valia.
“Nossa Senhora da Luz”
E “Pouso das Cacimbinhas”
Dentro da história caminhas
Para um futuro grandioso
E teu nome tão saudoso
Sem consultar foi mudado
Para “Pinheiro Machado”
Mas não baixaram o toso.
Hoje cidade bonita, pequena mas enfeitada
És a eterna namorada da campanha Riograndense
E um povo que luta vence
Bondoso, guapo e sem luxo
Melhor padrão do gaúcho
Antigo “Cacimbinhense”.
Passo das Pedras, “Porongos”
Na campanha e “Cerro Chato”
“Cerro Partido” é de fato
Esteio firme de lei
“Curral de Pedras”, eu sei
É chão de muito tutano
“Camaquã” sem desenganos
Com “Alegrias” direi.
Sua povoação teve como início lá pelos anos de 1775, com Rafael Pinto Bandeira, militar, que teve destacada atuação na retomada pelas armas, dos territórios missioneiros para a Colônia Portuguesa. Lutou em guerrilhas contra os espanhóis. De 1784 a 1788, foi ele governador interino do Rio Grande do Sul e a sede deste governo ficou por longo tempo na estância do Pavão, nas terras onde hoje está cidade de Capão do Leão.
Com o Tratado de Madri, de 13 de janeiro de 1750, teve início a demarcação da nova linha divisória dos territórios Portugueses e Espanhóis.
Com a superação do Tratado de Tordesilhas pela ação dos bandeirantes, que aprofundaram o desbravamento nos confins do Amazonas, Mato Grosso e do Prata, teve início em 9 de outubro de 1752 a nova demarcação com a colocação do 1º marco em Castilho Grande, a sudeste da Lagoa Mirim.0 2º em Índia Morta, em 1º de março de 1753, sendo o 3º que recebe o nome de Reis, prosseguindo pelo divisor de águas da bacia do Jaguarão até o Rio Ibicuí em sua confluência no Rio Uruguai.
Estas divisas vinham da Coxilha Grande no município de Herval do Sul, passando pelo Cerro da Guarda em Pedras Altas, seguindo pela Coxilha da Tuna e pela Serra do Veleda, indo passar no local histórico deste município denominado “Guarda Velha”, nas proximidades da Br 293, dali rumando pelos divisores de água até o Cerro do Baú, ainda neste município, e pelo divisor de águas vai a Serra de Santa Tecla, no município de Bagé. Nesse ponto foram embargadas as demarcações pelas forças missioneiras e pelos índios Guaranis, chefiados pelo Cacique Sepé Tiarajú, no histórico Forte de Santa Tecla. Essa demarcação só teve prosseguimento depois da morte de Sepé e a total destruição do Forte.
Como se pode observar este território, hoje município de Pinheiro Machado, já em 1750, tinha sua história ligada à história do Rio Grande do Sul.
Como é sabido o homem é habitante do Rio Grande do Sul a mais de 12.000 anos, isso nos é assegurado pela existência de Sambaquis, principalmente nas margens da Lagoa dos Patos.
Conforme o que nos assegura João Cezimbra Jaques um dos historiadores mais antigos do Rio Grande do Sul, que nas proximidades de Cacimbinhas, localizando-se entre o Cerro dos Cachorros, Lagoa Negra e Serra das Asperezas, houve um aldeamento indígena, o que se comprova até hoje, primeiro pelos acidentes geográficos mencionados e segundo, por existirem, ainda, no local, marcos com legendas gravadas inelegíveis, pelo tempo que ali estão. Documentada, ainda, a existência desta aldeia nos reportamos a acontecimentos ocorridos no aldeamento de Santa Maria, que tiveram ligações e continuidade no aldeamento de Cacimbinhas.
No Rio Taimbé, que quer dizer beirada de pedra, errava uma numerosa tribo indígena da valente Nação Minuano, que ali aldearam e que a chamaram de Yquitory, que quer dizer terra alegre. Era chefe o valente índio Japagani – que quer dizer Águia Negra e que tinha como esposa a formosa índia Ibotiquitã – que quer dizer botão de flor. Essa índia, num banho no Taimbé deu a luz a uma encantadora índia nascida dentro da água, que se tornou personagem histórica, sendo batizada com o nome de Imenbuy-que quer dizer filha da água.
Após alguns anos o cacique Japagani recebe o chamado do Cacique Minuano Taguatoreba – que quer dizer Gavião Dourado – para comparecer numa Monohongaba – que quer dizer Conselho ou Assembléia Indígena, na Serra de Aceguá em Bagé.
Chegando a Aceguá e após ser informado dos motivos da Assembléia, que era: primeiro por ser fim de ano e era costume reunirem-se as tribos amigas e segundo pelos perigos que por todos os lados ameaçavam as tribos, pois desde Montevidéu, onde os Emboabas – Portugueses e Espanhóis rumavam ao Rio Grande do Sul.
Terminadas as reuniões, ficou acertada a missão ao Cacique Japagani que era de convidar o Cacique Tape Ibitiruçu – que quer dizer serrania, aldeado em Ibyty – que quer dizer Lagoa Negra, para fazer parte da aliança formada pelas três tribos, Taimbé, Aceguá e Asperezas. Esse aldeamento ficava a seis quilômetros de distância de Pinheiro Machado.
Pinheiro Machado é um dos municípios mais antigos do Rio Grande do Sul. Até 1830, pertencia ao município de Rio Grande. Depois passou a integrar o município de Piratini, desmenbramdo-se em 24 de fevereiro de 1879, sob a denominação de Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas.
Antigamente as mercadorias eram transportadas em carretas puxadas a bois, que seguiam os divisores de águas naturais, muitas trilhas eram abertas, picadas para facilitar a passagem, encurtando o caminho e até desviando algum terreno de difícil acesso.
Nessa época os carreteiros, faziam seus pontos de descanso e pouso naqueles lugares onde havia água, cacimbas naturais, daí nasceu um pequeno agrupamento social, que passou a ser conhecido como Cacimbinhas. Dizem que um dos pontos em que os carreteiros paravam para descansar era o local que atualmente se encontra a praça da cidade. Das trilhas dos viajantes originou-se a avenida que chega ao cemitério.
A primeira igreja foi à capela Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas.
Segundo a lenda Dutra de Andrade que teria perdido a visão e feito uma promessa de que se recuperasse a mesma ao lavar os olhos nas águas das cacimbinhas, mandaria construir uma capela em honra de Nossa Senhora da Luz das Cacimbinhas, o milagre aconteceu e a capela foi construída. A igreja foi construída em terreno doado por Dutra de Andrade, em 10 de abril de 1851, que por lei nº215, 10 de novembro de 1851 (apêndice nº1) foi criada a capela Curato com invocação de Nossa Senhora da Luz, na Coxilha do Veleda.
Em 1857, o município foi elevado à freguesia e em 1878 ocorreu à emancipação. As pessoas que trabalharam na emancipação fora: Florentino Bueno e Silva, José Maria Pinto, João Cândido da Rosa (fazendeiros) José Virgílio Goulart (militar) e o Dr Saturnino Arruda (deputado).
O município de Cacimbinhas teve seu nome mudado para Pinheiro Machado no governo do Intendente Provisório Dr.Ney Lima Costa quando o Senador José Gomes Pinheiro Machado foi assassinado no Rio de Janeiro, por Francisco Manso de Paiva Coimbra, que era um morador da região de Cacimbinhas. A mudança não foi aceita pela população, que se rebelou conta o Intendente que teve que deixar a cidade.
O primeiro colonizador branco foi o Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira e também o primeiro gaúcho a assumir o governo do Rio Grande do Sul.
E Em 1787 o segundo a possuir terras em Cacimbinhas foi o cabo de Rafael Pinto Bandeira, José Maria Rodrigues, que tinha a alcunha de Corrupiu. Ele recebeu uma doação de terras do brigadeiro, pertencentes ao município de Cacimbinhas.
Segundo consta no registro geral de sesmarias da província de São Pedro do Rio Grande do Sul, (arquivos na cidade de Rio Grande. – livros 7 e 8) os primeiros açorianos a receberem sesmarias nesta coxilha chamada”Coxilha do Veleda, foram Thomas Antônio de Oliveira (nico) e José Dutra de Andrade, no ano de 1790.
Depois de doadas as terras, por Nico e Dutra, e definida a avenida das tropas, foi iniciado um traçado xadrez. Com a evolução desse traçado, o caminho das tropas foi deslocado à periferia da cidade.
De 1880 a 1915, aproximadamente, ocorreu à instalação de inúmeros órgãos públicos que deram base à estrutura administrativa da cidade.
A partir de 1916, com o início do fornecimento de energia elétrica, verificou-se um notável desenvolvimento social. Nesse período foram fundados clubes sociais, associação rural e instalado um banco.
Em 1934, foi incorporada pelo município uma faixa de terra de 520m que se encontrava em poder de Piratini.
Com a elevação à categoria de cidade, em 1938, Pinheiro Machado, a partir desse ano, viveu o auge do seu comércio, onde se instalaram bancos, clubes sociais, escolas, o hospital, a biblioteca pública e foi feito o plano diretor da cidade.
Na década de 60, com a implantação da Br, todo movimento de mercadorias acaba sendo feito às margens da cidade, tirando sua participação no fluxo das mesmas.
Por volta de 1970, o homem rural perde seu espaço no campo para a mecanização e começa a crise financeira da cidade. Nessa mesma década iniciam-se os loteamentos populares com finalidade social.
O texto é um estudo de LUIZ EWERTON VELEDA DUTRA. (JULHO DE 2009).
Fontes:Laboratório de estudos Urbanos e Regionais, ICH/UFPel.
Livro de Babosa Lessa: Rio Grande prazer em conhecê-lo.
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